A frase que nenhum atleta gosta, tanto os profissionais como os amadores é: “você esta com uma lesão, e terá que ficar parado por um tempo.”.
São vários os fatores que influenciam no aparecimento de lesões entre os corredores, como por exemplo biotipo, histórico esportivo, tipo de pé e de passada, dedicação e dosagem nos treinamentos, alongamentos, uso de tênis adequado, local e tipo de treino, etc.
Muitas vezes até atletas de ponta, na ânsia por resultados ou uma grande seqüência de provas, podem se lesionar, muitas vezes, mesmo possuindo uma estrutura multidisciplinar, médico, fisioterapeuta, preparador físico, etc. Temos o recente caso do maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima, que vai ficar de fora das Olimpíadas de Pequim por conta de uma lesão.
No caso das corridas de longas distâncias o maior problema encontra-se na relação peso do indivíduo x impacto. Engana-se quem pensa que o fato de correr “devagar “, não irá piorar sua lesão, quanto menor a velocidade, maior é o tempo de contato do pé com solo, e maior é o numero de passadas. A grande quantidade de vezes que os pés tocam o chão, resultam em um reflexo direto para as articulações, tendões e músculos do corpo, especialmente para os membros inferiores, causando as lesões por estresse – por excesso de repetições.
Um corredor mais lento apresenta menor amplitude na passada, isto faz com que aumente a probabilidade de lesão, já que os seus pés tocam mais vezes o chão. Por curiosidade um corredor fez a seguinte experiência correu 1Km a 4 minutos totalizando 400 passadas, e em um trote de 6 minutos o quilômetro realizou 550 passadas. É uma grande diferença. Agora imagine isto somado a uma prova ou treinos longos…
Um corredor que esteja com excesso de peso também é um grande candidato ao aparecimento de lesões, além de impedir ou retardar uma melhor performance. Para minimizar os efeitos do impacto dos pés no chão, é de grande importância para a prevenção de lesões de estresse que se sejam realizados treinos em grama, estradas de terra, areia batida da praia, ou seja, terrenos mais macios. É interessante realizar treinos em uma pista ou no asfalto para os trabalhos de velocidade, em que a
uniformidade do terreno é importante, mas cuidado com volume do treino nesse tipo de terreno.
A utilização de um bom tênis tem grande participação para evitar os riscos de lesões. Os mais aconselháveis são aqueles que possuem amortecimento. Os corredores devem encontrar um tênis onde os seus pés fiquem confortáveis para não aparecer muitas bolhas e nem cair as suas unhas.
A postura, o movimento da passada e a conformação física (pés e pernas) são fontes naturais para o aparecimento de lesões. Neste caso o melhor a se fazer é procurar um médico e seguir suas recomendações, além de realizar um trabalho de técnica, onde o maior objetivo está em melhorar a postura e os movimentos do atleta. Hoje em dia muito tem se falado da estabilização do CORE, muito trabalhado no treinamento funcional, como forma de melhorar o rendimento e evitar lesões. Existem diversas nomenclaturas para a mesma técnica, porém todos se referem a uma descrição genérica do controle muscular abdômino-lombopélvico necessário para estabilizar a coluna lombar e proporcionar estabilidade funcional de todos os segmentos corpóreos. O complexo do CORE tem sido descrito como um conjunto de 29 músculos que trabalham de uma forma coordenada visando a estabilidade lombo-pélvica. É nesse grupo muscular que se tem o centro de gravidade e onde se inicia todo e qualquer movimento que se realiza tanto com membros superiores como em membros inferiores.
Pouco adianta ter músculos das extremidades fortes se o CORE é fraco, pois esta força não será capaz de gerar um movimento eficiente dos membros. Um CORE fraco é problema fundamental de movimentos ineficazes, o que predispõe à ocorrência de lesões. O alongamento apresenta um papel importante na prevenção de lesões. Com uma boa flexibilidade consegue-se realizar movimentos mais amplos, melhorando a passada e consequentemente a performance. Além de preparar o corpo para a atividade é fazer parte do aquecimento e desaquecimento.
A melhor coisa que se tem a fazer no caso do aparecimento de uma lesão é procurar um médico, especialmente um médico esportista e seguir os conselhos e o tratamento seriamente. Na maioria das vezes o alongamento ajuda e muito na recuperação de lesões.
Quanto maior a quilometragem, maiores devem ser as preocupações com os aspectos abordados neste texto.